O Novo Plano Nacional de Cultura Chegou: O Que Muda Para o Seu Bolso (e Para Sua Carreira) Nos Próximos 10 Anos?
- Desenvolvimento Artístico

- 18 de nov.
- 3 min de leitura

O Governo Federal enviou ao Congresso o plano que vai reger a cultura até 2035. Mas afinal, isso é apenas burocracia ou significa mais dinheiro no seu projeto?
Você provavelmente viu a notícia: no dia 17 de novembro, o Presidente Lula enviou ao Congresso o novo Plano Nacional de Cultura (PNC), válido para o decênio 2025-2035. Para muitos artistas, isso soa apenas como "mais papelada em Brasília". Mas, se você quer viver de produção, ignorar esse documento é um erro estratégico que pode custar a viabilidade da sua carreira na próxima década.
Enquanto a maioria reclama da burocracia, os produtores profissionais já estão lendo as entrelinhas para se posicionar onde os recursos vão fluir.
O que é o Novo Plano Nacional de Cultura (2025-2035)?
O Novo Plano Nacional de Cultura não é uma lei de incentivo (como a Rouanet ou Paulo Gustavo); ele é a bússola que define para onde o dinheiro vai e como ele deve ser gasto nos próximos 10 anos. Ele estabelece metas obrigatórias para a União, Estados e Municípios.
A grande novidade deste plano é a criação de uma "guerrilha democrática cultural" — termo usado pelo próprio governo para descrever a descentralização radical dos recursos, tirando o foco apenas do eixo Rio-SP e levando verba para as pontas.
Os Sintomas: A "Montanha-Russa" de Editais
Até hoje, você provavelmente vive na "gangorra": em um ano tem Lei Paulo Gustavo, no outro não tem nada. Você nunca sabe se haverá edital no mês que vem, o que impede qualquer planejamento de longo prazo. Essa instabilidade gera a sensação de que viver de cultura é uma aposta, não uma profissão.
A Virada: O "SUS" da Cultura
A maior vitória deste novo PNC para o produtor independente é a consolidação do Sistema Nacional de Cultura através da Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
Traduzindo o "juridiquês": a cultura agora vai operar de forma similar ao SUS. A verba federal terá repasse obrigatório e contínuo para estados e municípios, com fiscalização conjunta. Isso significa que os editais tendem a se tornar políticas de estado (permanentes) e não apenas políticas de governo (passageiras). Acabou a desculpa do "o município não tem verba".
Onde está o Ouro? Os 8 Eixos Estratégicos
Para aprovar projetos nesta nova era, você precisa alinhar suas propostas aos 8 eixos do novo plano. Destacamos três onde o dinheiro novo deve se concentrar:
Cultura, Bem Viver e Ação Climática: Projetos que unam arte e sustentabilidade terão prioridade absoluta. Se o seu festival não tem gestão de resíduos ou contrapartida ambiental, ele já nasce velho.
Cultura Digital e Direitos Digitais: O governo quer soberania digital. Projetos que envolvam games, streaming próprio ou preservação digital de acervos estarão em alta.
Economia Criativa, Trabalho e Renda: O foco saiu do "evento pelo evento" e foi para a "geração de emprego". Seu projeto precisa provar que contrata, capacita e gera renda.
Como se preparar (Antes da aprovação final)
O texto está no Congresso e deve ser aprovado em breve. Quem sair na frente, bebe água limpa. Aqui estão 3 passos para se blindar e aproveitar a onda:
1. Profissionalize seu CNPJ (Urgente): Com a meta de aumentar o emprego formal no setor, a fiscalização sobre contratações vai aumentar. O produtor que ainda trabalha no "boca a boca", sem contrato e sem nota, será excluído dos repasses do Sistema Nacional de Cultura. Organize sua parte fiscal agora.
2. Aprenda a "Língua" dos Novos Eixos: Reescreva seus projetos de gaveta adaptando-os para os eixos de Clima e Digital. Não tente forçar a barra; estude como sua arte pode dialogar com essas pautas globais. É aí que os avaliadores vão buscar inovação.
3. Ocupe os Conselhos: O novo PNC exige participação social massiva. Os recursos serão debatidos nos Conselhos Municipais de Cultura. Se você não estiver lá, alguém decidirá o destino da verba por você.
Conclusão: A Década da Profissionalização
O novo PNC sinaliza que o amadorismo não terá mais espaço. Teremos 10 anos de recursos garantidos, mas apenas para quem souber apresentar projetos técnicos, com orçamentos sérios e impacto real.
Você quer passar a próxima década reclamando da "panelinha" ou quer ser o profissional que domina as regras do jogo e vive exclusivamente da sua produção?
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