Os 7 Erros Que Travam a Carreira de Quem Vive da Cultura
- Desenvolvimento Artístico

- 10 de jun.
- 4 min de leitura

Tem muita gente que já produz ou produziu eventos, escreveu projetos, coordenou oficinas, circulou com peças... mas segue se sentindo no mesmo lugar. O problema, porém, nem sempre é a falta de talento, e sim a repetição de atitudes (ou a falta delas) que travam a caminhada profissional. Esse artigo não é pra te vender um sonho, nem te consolar. É pra apontar com clareza os erros mais comuns que impedem artistas, técnicos(as) e produtores(as) culturais de avançar, e o que fazer pra começar a romper esse ciclo.
O mercado cultural tem regras (mesmo quando finge que não tem). Quem aprende a ler o jogo, se posiciona com mais estratégia. Quem segue apostando só na boa vontade e no "talento cru", tende a se frustrar. Então, bora mapear os erros, repensar posturas e abrir caminho pra uma atuação mais sólida, valorizada e sustentável na cultura?
*Erro 1: Esperar o "Momento Perfeito" Para se Profissionalizar:*
Muita gente adia esse passo esperando uma estabilidade que nunca chega. A ideia de “um dia eu faço um curso”, “quando sobrar um dinheiro eu invisto”, “quando surgir uma oportunidade eu me mexo” vai sendo alimentada ano após ano, enquanto o tempo passa. E o pior: enquanto você espera o momento ideal, outras pessoas, muitas vezes com menos experiência, já estão construindo presença, articulando parcerias e ocupando espaços.
Profissionalização não é um evento, é um processo. E começa com o que você tem agora. Quem inicia essa caminhada, mesmo com insegurança, erra mais cedo, aprende mais rápido e constrói um repertório real. O momento ideal nunca vem pronto. Ele é construído a partir das decisões que você toma hoje.
*Erro 2: Não Montar um Portfólio Real:*
Você pode ter feito dezenas de projetos incríveis, mas se não documentou nada, é como se eles não tivessem existido para o mercado. É comum que artistas e produtores deixem pra “montar o portfólio direito” só quando aparece uma seleção, um edital, uma contratação. Aí vem o desespero, o improviso, a pressa, e muitas vezes a chance se perde.
Um bom portfólio é aquele que mostra com clareza o que você já fez, como fez e com quem fez. Pode ser simples: fotos, prints, releases, prints de redes sociais, link de matérias. Não precisa ser sofisticado por enquanto, mas precisa ser verdadeiro. E quanto antes você começar a organizar isso, mais forte será sua trajetória aos olhos de quem contrata, avalia ou seleciona.
*Erro 3: Não Aprender a Cobrar ou Cobrar Errado:*
Muita gente ainda acredita que cobrar barato atrai mais trabalho. Outras pessoas, ao contrário, chutam valores altos sem conseguir explicar o que entregam. Em ambos os casos, o resultado é o mesmo: frustração. Saber calcular o próprio cachê, entender o custo por hora, considerar transporte, preparação, impostos e margem de lucro é essencial pra tornar seu trabalho sustentável.
Além disso, atuar de forma informal, sem contrato, sem termos claros, aumenta o risco de calote, conflito e desgaste. Profissionalismo também se mede na forma como você cobra, como entrega e como registra seus acordos. Quem não se posiciona nesse ponto acaba virando refém da informalidade e da exploração.
*Erro 4: Desconhecer os Editais e as Leis de Incentivo:*
Edital não é sorteio, nem privilégio. É ferramenta de trabalho. Mas boa parte dos profissionais culturais ainda enxerga os editais como um bicho de sete cabeças ou um clube fechado. Isso afasta justamente quem mais poderia se beneficiar dessas políticas públicas: quem está na base, nos territórios, nos coletivos.
Aprender a ler um edital, montar um orçamento, entender contrapartidas e preparar documentação leva tempo, mas é possível. Existem cursos, oficinas, grupos de apoio e até conteúdos gratuitos. O importante é não terceirizar essa parte. Quem domina esse jogo, mesmo sem equipe grande, começa a acessar editais, viabilizar projetos e sustentar a carreira com mais autonomia.
*Erro 5: Trabalhar só na Urgência:*
Resolver tudo em cima da hora, aceitar tudo que aparece, se virar nos 30 o tempo todo... isso parece flexibilidade, mas na prática é exaustão disfarçada. Quando a rotina vira só apagar incêndio, o planejamento de médio e longo prazo desaparece. E com ele, vão embora os sonhos maiores.
Trabalhar na urgência o tempo todo também impede que você analise seus próprios processos, melhore sua atuação e pense estrategicamente. Profissionais que querem crescer precisam aprender a dizer “não” pra alguns trabalhos e “sim” pro seu próprio plano de carreira. Mesmo no corre, dá pra tirar um tempo pra olhar o todo, fazer ajustes e organizar os próximos passos.
*Erro 6: Ignorar a Parte Técnica e de Bastidores:*
Muita gente acredita que basta ter boas ideias ou entregar um bom resultado artístico. Mas por trás de toda produção de sucesso tem planilha, tem contrato, tem orçamento, tem e-mail enviado no prazo. Quem não se envolve minimamente com esses bastidores acaba ficando dependente dos outros, além de mais vulnerável a erros e prejuízos.
Mesmo que você não goste da parte burocrática, é preciso entendê-la. Isso inclui saber montar um orçamento, ler um edital, entender um contrato, organizar a prestação de contas. Dominar essas ferramentas não te tira da criação. Te dá mais autonomia dentro dela. Técnica é o que sustenta a arte no longo prazo.
*Erro 7: Tentar Crescer Sozinha(o):*
Na cultura, ninguém faz nada grande isolada(o). Quem tenta segurar tudo sozinha(o) geralmente se esgota mais rápido e avança mais devagar. Criar uma rede de apoio, trocar com colegas, participar de grupos, buscar formações, dividir dúvidas e aprendizados é parte do crescimento profissional.
Além disso, é na troca que surgem oportunidades, parcerias, ideias novas. A rede é lugar de escuta, de visibilidade e de suporte emocional. Quem procura se conectar cresce mais forte, e menos solitária(o). A cultura é coletiva. A profissionalização também.
Dica Extra!
Não se trata de ter todas as respostas, mas de começar a fazer perguntas melhores. O que está travando sua carreira hoje? O que você pode mudar de forma prática? Quem pode te ajudar nesse processo?
A D.A. é uma escola, mas também é um ponto de apoio pra quem quer destravar a carreira cultural com mais consciência, estrutura e rede. Aqui, além de cursos, ferramentas e oficinas, temos uma comunidade cultural viva e espalhada por todo o Brasil, com gente que te entende e faz a cultura acontecer no País.
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