Shows e eventos públicos: qual o impacto econômico ao investir em cultura?
- Desenvolvimento Artístico

- 23 de abr.
- 3 min de leitura

Investir em cultura não é apenas uma celebração ou mero entretenimento, mas sim, é investir em um motor econômico de alto impacto. O show gratuito de Lady Gaga na Praia de Copacabana, programado para 3 de maio de 2025, é um exemplo emblemático do que pode ser a cultura.
Com um investimento público de R$ 15 milhões, o evento deve gerar uma movimentação econômica estimada em R$ 500 milhões a R$ 600 milhões para o Rio de Janeiro, segundo projeções oficiais. Isso mostra que investir na arte não apenas da retorno social, mas também, um enorme retorno econômico. Mas por que as pessoas insistem em dizer que isso é "jogar dinheiro fora"? Qual é o real impacto desses investimentos?
O Impacto:
Com um investimento público de R$ 15 milhões, o evento deve gerar uma movimentação econômica estimada em R$ 500 milhões a R$ 600 milhões para o Rio, segundo projeções. Esse valor inclui receitas com turismo, comércio, hotelaria e serviços, além de criar empregos temporários em logística, segurança e alimentação. A expectativa é de 1,6 milhão de pessoas, com 240 mil turistas, impulsionando a ocupação da rede de hotelaria e aumentando em 60% a demanda por passagens aéreas para a cidade.
Esse investimento já foi testado com sucesso no show da Madonna em 2024, que movimentou R$ 469 milhões e atraiu 1,5 milhão de espectadores. Apesar das críticas sobre o uso de recursos públicos, o retorno foi enorme: cerca de R$ 24 milhões em arrecadação de impostos e um aumento de 15% no faturamento de bares e restaurantes, isso apenas num impacto superficial. Além disso, o show reforçou que a cultura pode sim ser uma forte vitrine para o restante do mundo. Isso atraí mais investimento para o país, além de consolidar nossos pontos turisticos.
Mas Qual é o Motivo Para Tantas Críticas?
Muita desinformação. Leis de incentivo como a Lei Rouanet e a Lei Paulo Gustavo são alvos de fake news. Quem critica, afirma que "desviam recursos de áreas essenciais", alegando que o dinheiro para a cultura é desnecessário. Porém, a realidade é exatamente o contrário: a Lei Rouanet opera por renúncia fiscal, ou seja, empresas destinam parte do Imposto de Renda a projetos culturais previamente aprovados, sem afetar o orçamento público. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, afirma que, para cada R$ 1 investido via Lei Rouanet, o retorno para a economia é de R$ 1,59.
Além disso, a Lei Paulo Gustavo, criada para recuperar o setor cultural pós-pandemia, injetou R$ 3,9 bilhões em cultura no ano de 2024, com 95% dos recursos executados por estados e municípios. Ou seja, o dinheiro investido em Cultura, seja ele da Lei Rouanet ou vindo de investimento público, NÃO RETIRA RECURSO DE NENHUMA OUTRA ÁREA. Pelo contrário: retorna investimento "com lucros" para a sociedade. Sim, além de não desviar recursos, serve também para alimentar recursos para outras áreas com os retornos financeiros.
Então, Investir em Cultura é Importante?
A cultura tem um poder enorme para preservar a soberania nacional, além de divulgar o país (exemplo da Coreia do Sul com o K-Pop). O Brasil, país com muita diversidade cultural, tem potencial para isso, além de ja se utilizar. Mas, nós precisamos de políticas contínuas e descentralizadas.
Investir em cultura não é "gastar dinheiro", mas sim, investir em desenvolvimento. Seja em shows com super produções ou em oficinas comunitárias, cada real aplicado gera empregos, movimenta economias locais e projeta o país no exterior. Desprezar esse potencial é ignorar um dos pilares mais fortes da economia brasileira (que representa 3.1% do PIB nacional).


































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