Solidão ou solitude do artista?

O mundo conta com bilhões de pessoas e, talvez, nunca se tenha falado tanto em solidão como na atualidade – e não somente por causa do distanciamento social que 2020 trouxe por conta da Pandemia de COVID 19.
Quando se pensa em ARTE e SOLIDÃO nossa mente viaja para o ato da criação, uma tarefa muitas vezes introspectiva, restrita ao artista plástico e sua matriz, mas a verdade é que na maioria das vezes a obra final não reflete esse processo introspectivo.
Mas então, como podemos traçar um paralelo entre ARTE e SOLIDÃO?
Para começarmos, devemos nos deter na obra de um dos artistas que mais se debruçou no tema, o norte americano Edward Hopper.
Hopper é conhecido por suas misteriosas pinturas de representações realistas da solidão na contemporaneidade e é considerado um dos mais influentes artistas do século XX.
Suas obras, sejam paisagens, sejam personagens sozinhos ou acompanhados na tela, todas carregam consigo um sentimento de melancolia e solidão.
A experiência que cada pessoa retira após apreciar uma obra é muito particular, então onde nós vemos solidão você pode não ver. E, ao mesmo tempo, que o artista tenha sublimado a solidão em uma tela, essa mesma tela pode nos oferecer companhia.
E essa é a beleza da arte, ela nos faz companhia nos convidando à contemplação, e assim transformando a solidão – que é um vazio, a falta de algo em sua vida - em solitude – que é a capacidade de estar consigo, de não sentir receio de estar sozinho no prazer da própria companhia.
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